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Saiba identificar quando a tristeza é sintoma de depressão

A tristeza é inerente à condição humana. Ela é um dos sentimentos fundamentais pelo qual todos os seres vivos experimentam a vida. Sentir-se triste é parte da busca pela felicidade, pois só assim é possível conhecer o mundo e a nós mesmos. 

 

No entanto, quando a felicidade desaparece de qualquer horizonte, é preciso olhar com cuidado para a saúde mental. A depressão tem a tristeza profunda como caraterística marcante, mas há outros aspectos que a tornam um transtorno psíquico com grave prejuízo para o bem-estar.

 

Uma das particularidades do estado depressivo é a sensação de estar passando por uma situação que ninguém no mundo entenderia. Porém, a doença está longe de ser uma exclusividade. 

 

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a estimativa é de que mais de 300 milhões de pessoas sofram com a condição ao redor do mundo. A perspectiva da entidade internacional é de que a depressão seja a doença mais comum do mundo em 2030

 

Os números alarmantes consolidam a saúde mental como prioridade na assistência médica, pois a depressão é associada a diversos distúrbios de diferentes naturezas que se somam em uma combinação que custa muito ao indivíduo, às famílias e à sociedade.  

 

Apesar do tema ainda ser tabu para algumas pessoas, conversar sobre os sentimentos é importante para perceber os sintomas da depressão. Nesse sentido, as campanhas de conscientização pela saúde mental, como o Janeiro Branco, estimulam a reflexão na população. 

 

A Ressignificar, clínica psicoterapêutica em Brasília, preparou este blog para explicar melhor as diferenças entre o sentimento habitual de tristeza e a tristeza profunda da depressão. 

 

Para isso, é preciso entender melhor o que é depressão e suas características. Continue a leitura para conhecer os sintomas, consequências e desafios da doença. 

 

Diferenças entre a tristeza e a depressão

A tristeza é a cara da depressão. É o sintoma mais consistente da doença, pois todos os pacientes registram a predominância da emoção. 

 

Mas a infelicidade durante o estado depressivo assume algumas particularidades que a distinguem do sentimento rotineiro experimentado por todos. 

 

A tristeza passa

Experiências ruins fazem parte da vida, mas normalmente há coisas boas que podem trazer a alegria de volta. No estado depressivo, a tristeza está sempre lá e a pessoa não consegue aproveitar bons momentos. 

 

A tristeza tem causa

Sofremos, em geral, por um motivo. Contratempos e decepções são frustrantes e a tristeza é o modo do corpo processar que as coisas não saíram como o ideal. Após processar isso tudo, há a superação ou a reparação. 

 

Em pensamentos depressivos, não há uma racionalidade no sentimento de tristeza. Estar triste se torna o estado natural sem que haja necessariamente algo específico que o justifique. 

 

A tristeza não paralisa

Um dia triste pode tornar a pessoa mais irritada e menos disposta a cumprir suas responsabilidades. Mas ainda assim, consegue realizar atividades necessárias e até reencontrar prazer em alguns momentos. 

 

A sensação descrita por pessoas com depressão é o transbordamento da tristeza. Ela invade toda atividade, retirando o contentamento em qualquer contexto. O resultado é o isolamento pessoal e a incapacidade de realizar tarefas. 

 

Além das diferenças de duração, causa e intensidade da tristeza, há uma série de fatores particulares da depressão que ajudam a identificar o transtorno mental. 

 

O que é a depressão

A depressão é uma doença crônica com perturbações recorrentes do pensamento e da ação. Ou seja, é um estado que restringe a capacidade emocional de processar a realidade e a disposição física do corpo para reagir aos estímulos cotidianos. 

 

No vocabulário médico, a depressão é caracterizada como ocorrência de repetidos episódios depressivos, nos quais o paciente experimenta rebaixamento do humor, redução da energia e diminuição da atividade. 

 

Em termos de intensidade, a doença pode ser classificada em leve, moderada ou grave, a depender do número e da severidade dos sintomas. Não há uma faixa etária determinada para o desenvolvimento da depressão, podendo atingir crianças, adolescentes, adultos e idosos.

 

Montagem de nuvem e jovem para representando a tristeza profunda da depressão

Sintomas

Algo particular da depressão são os sintomas que favorecem o desenvolvimento de hábitos prejudiciais à saúde. Os efeitos psicológicos e físicos levam a um ciclo vicioso de pensamentos e de ações que minam a esperança em dias melhores. 

 

Entre as principais manifestações da depressão estão a baixa autoestima, o pessimismo e a tristeza contínua. Há uma correlação dos sintomas, pois a insegurança leva ao ceticismo, que, por sua vez, projeta os piores cenários possíveis e afasta a possibilidade de felicidade. 

 

Essa ligação entre as sensações não ocorre de forma linear e instantânea. É a frustração repetida de experimentar o mundo sem reencontrar o prazer na vida que fortalece o sentimento de desesperança.  

 

A impressão de que a vida será insatisfatória independente de qualquer escolha feita desencoraja mudanças positivas na rotina. Assim, é comum pacientes depressivos desenvolverem hábitos e pensamentos depreciativos. Em casos extremos, o suicídio ou a ideia recorrente de tirar a própria vida são presentes.

 

A prostração e o desinteresse favorecem a fuga das responsabilidades e o desejo por isolamento social. Até tarefas cotidianas, como escovar os dentes ou arrumar a cama, podem se tornar um desafio. 

 

A percepção de não conseguir prosperar nos desafios do dia a dia contribui para a sensação de culpa, que assume proporção exagerada e frequência elevada na depressão. 

 

Além de inspirar tristeza, a culpa motiva a irritabilidade do doente. A irritação é uma resposta esperada à frustração, ainda mais em um cenário de pouca atividade em direção a reparação da culpa. 

Causas

A depressão pode ser desencadeada por fatores psicológicos e biológicos. A influência de cada aspecto no surgimento da doença depende da personalidade, da genética, do histórico, do ambiente, do gênero e da idade de cada pessoa. 

 

Assim como os sintomas, não há uma separação clara entre as causas, sendo necessária uma convergência de condições para o progresso da doença. 

 

Fatores psicológicos

O fator psicológico é determinante para a ocorrência de episódios depressivos. Uma pessoa com a saúde mental fortalecida por hábitos saudáveis é menos propensa a desenvolver a doença. 

 

O estresse, a falta de autoconhecimento e traumas psicológicos são os principais agentes para abalar o equilíbrio emocional. 

 

O estresse provoca reações físicas e psicológicas no corpo que fomentam a irritabilidade, impaciência e ansiedade. Uma vida estressante produz frequentemente sentimentos de tensão, preocupações e pensamentos ruins. 

 

O autoconhecimento é importante para reconhecer as próprias emoções e saber lidar com elas. Quem não conhece a si mesmo acaba por provocar situações frustrantes e não dá atenção aos sinais de alerta de que as coisas não estão indo bem. 

 

Traumas psicológicos dizem respeito a eventos marcantes que as pessoas não conseguem lidar apropriadamente. Morte, situações violentas, abusos físicos e psicológicos, decepções amorosas e frustrações profissionais são exemplos de ocorrências que podem suscitar episódios depressivos e desencadear a depressão. 

 

Fatores biológicos

Apesar do coração ser o símbolo dos sentimentos, é no cérebro que eles atuam. A manifestação biológica da depressão é observada em atividades anormais de algumas regiões cerebrais, no crescimento reduzido de células nervosas e em problemas com neurotransmissores. 

 

Há pelo menos duas estruturas no cérebro que apresentam desempenho irregular durante a  depressão: a amígdala e o hipocampo. 

 

A amígdala é um conjunto de estruturas associada às respostas emocionais como raiva, prazer, tristeza, medo e excitação sexual, provocadas em situações de estresse. Em pessoas clinicamente diagnosticadas com depressão, a atividade na amígdala é maior do que o considerado padrão.

 

O hipocampo faz parte do sistema que atua na memória. As lembranças são importantes porque é como o corpo “grava” uma experiência, podendo ser rotulada como agradável ou desagradável. Pessoas deprimidas costumam realizar mais conexões do hipocampo com o córtex órbito-frontal lateral do que o frontal, o que indica que as experiências negativas predominam. 

 

As alterações de atividade nessas regiões são explicadas em parte pela produção desregulada de neurotransmissores - agentes químicos produzidos por uma célula para transmitir influxos nervosos pela sinapse. 

 

Alguns neurotransmissores estão intimamente relacionados aos sintomas da depressão. Noradrenalina, serotonina e dopamina são algumas dessas substâncias que regulam o sono, o apetite, e o humor, além da atividade motora. 

 

Estudos recentes refutam a ideia anterior de que o desequilíbrio químico dos neurotransmissores causa a depressão, mas ressaltam que eles ainda têm um papel relevante na progressão da doença. 

 

Não foi possível até agora determinar um mecanismo fisiológico típico da depressão. As pesquisas apontam que as conexões e o crescimento das células nervosas, assim como o funcionamento correto dos circuitos nervosos, são alterados durante a depressão. 

 

Há ainda a considerar fatores de risco, como histórico da doença na família, consumo de drogas, uso de medicamentos, prática de exercícios, ambiente familiar entre outros.  

 

As evidências científicas produzidas e revisadas a cada ano levam ao entendimento que os transtornos mentais têm origem em diversos fatores, o que demanda análise e tratamento personalizados para cada paciente.

 

Tratamento para depressão

O tratamento da depressão começa com a abertura ao diálogo. Infelizmente, ainda há uma resistência de parte da população em reconhecer a importância da saúde mental.

 

Nesse sentido, iniciativas como o Janeiro Branco são essenciais para desmistificar o tema para algumas pessoas. A campanha de conscientização pela saúde mental, criada em 2014, é realizada em janeiro para reforçar a importância do assunto em uma data de reflexão para todos. 

 

Em 2023, o lema da campanha Janeiro Branco mês da saúde mental é “A Vida pede Equilíbrio”. Os cuidados com a saúde mental fazem parte do equilíbrio necessário para prevenir o transtorno, assim como é imprescindível buscá-lo ao longo do tratamento. 

 

Conversar sobre o tema com amigos e familiares é uma forma de olhar para as próprias emoções e perceber se algo está incomodando. 

 

A partir da identificação dos sintomas de depressão, a pessoa deve procurar um psicólogo ou psiquiatra para uma avaliação profissional sobre as condições em que ela se encontra. 

 

Como dito, o diagnóstico e o  tratamento para a depressão são individuais. Não há uma fórmula para todos nem um tempo estipulado para a solução. O que é certo é que a doença exige um acompanhamento médico sistemático ao longo do tratamento, que pode envolver diferentes abordagens para conseguir resultados positivos. 

 

A psicoterapia é uma alternativa que ajuda os pacientes no controle do sofrimento e no desenvolvimento de hábitos mais adequados para a recuperação da saúde mental. 

 

Acolhimento para tratar a saúde mental

A Ressignificar ajuda seus pacientes a realizarem mudanças em suas vidas para alcançar novamente a estabilidade emocional por meio de uma psicologia humanizada

 

Na Ressignificar, a terapeuta está preparada para ouvir e acolher o que precisa ser compartilhado. A clínica conta com profissionais capacitados para diagnosticar o que está abalando a sua saúde mental e para conduzir o melhor tratamento com base nas suas condições. 

 

Agende a sua consulta na Ressignificar para ter uma análise profissional sobre os cuidados necessários para a sua saúde mental.

Responsável Técnico

Maria Julia CRP (01/22194)

Manuella CRP (01/21111)

Maria Paula CRP (01/21080)

Atenção: O site da Psicologia Ressignificar não disponibiliza tratamento ou aconselhamento instantâneo para pessoas em crise suicida.

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